Soneto XX
Andam os homens vivos sempre mortos Iguais às coisas mortas que morreram E, mesmo assim, tão poucos entenderam O percorrer caminhos sempre tortos. Gastam-se a navegar por tantos portos Onde sonhos deixaram, pereceram Porque ousaram viver e não viveram, Carregando utopias como abortos. E, depois, porque morto o seu destino, Perdido, ao abandono, nessa estrada, Sem deixar qualquer rastro, nem pegada, O vazio dum sonho perigoso Que tanto andou c'o a alma esfarrapada E tudo o que encontrou resume o nada. ------- In "Carmen" Vasco dos Santos
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