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sexta-feira, novembro 18, 2005

Apelo à UNESCO para defender a Língua Portuguesa

Sampaio apela à UNESCO para defender língua portuguesa

Apesar de ser uma das línguas mais faladas, o português não usufrui de um estatuto de prestígio correspondente, nota o Chefe de Estado. O Presidente da República defendeu hoje o reforço do papel da UNESCO na defesa da língua portuguesa, «uma das mais faladas no mundo», mas que «não usufrui de um estatuto de prestígio correspondente». Jorge Sampaio falava na sessão de abertura do colóquio «Portugal e a UNESCO: Encontros e Desencontros», realizado para assinalar a passagem de 60 anos sobre a fundação da organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura. O Presidente da República defendeu ainda «uma maior cooperação entre a UNESCO e a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) com vista ao desenvolvimento sustentado da língua portuguesa». «O espaço da lusofonia, constituído pela CPLP, que agrega oito países membros da UNESCO (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste reúne todas as condições para servir de terreno de ensaio a experiências inovadoras no campo da preservação do multilinguismo», acrescentou. Segundo Jorge Sampaio, o reforço da defesa e promoção da lusofonia justifica-se porque esta «tem uma dimensão intercontinental, é de matriz intercultural e portadora de valores universais». «Porque apresenta uma enorme vitalidade e dinamismo, é das poucas línguas de comunicação internacional que está em crescimento - e ainda por ser uma das línguas mais faladas no mundo, mas que não usufrui, no entanto, de um estatuto de prestígio correspondente», apontou. No seu discurso, o Chefe de Estado destacou ainda, além do multilinguísmo, a importância de assegurar a educação primária para todos, «ou seja, tornar universal a possibilidade de saber ler, escrever e contar, como diziam os nossos antepassados». «O domínio destas competências é hoje praticamente condição de sobrevivência. Não só porque a iliteracia se tornou num caminho directo da exclusão como é também, particularmente nas sociedades desenvolvidas, a via de permanência na espiral da pobreza, da doença e da degradação». Nesta sessão estiveram presentes o presidente da Comissão Nacional da UNESCO, José Sasportes, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, embaixador Fernando Neves, o reitor da Universidade Nova de Lisboa, Leopoldo Guimarães, e o director do Instituto Português de Relações Internacionais, Nuno Severino Teixeira.


Fonte : Portugal Diário