Colóquio Da Lusofonia 2006
Quando em 2001 preparamos o início destes COLÓQUIOS ANUAIS da LUSOFONIA - sob a égide do nosso patrono EMBAIXADOR PROFESSOR DOUTOR JOSÉ AUGUSTO SEABRA - queríamos provar que era possível descentralizar a realização destes eventos e que era possível realizá-los sem sermos subsídio-dependentes. O ponto de partida foi a descentralização da discussão da língua portuguesa e as problemáticas da língua portuguesa no mundo.
De 2002 em diante os Colóquios têm-se realizado em Bragança, ainda na base da descentralização, mas sobretudo devido à insularidade em termos culturais. Portugal, como toda a gente sabe, é um país macrocéfalo; existe Lisboa e o resto continua a ser paisagem. É muito raro os locais do interior, os locais mais remotos como Bragança, poderem ter acesso a debates de considerável importância sobre o futuro da língua. Estes colóquios são a única iniciativa, concreta e regular em Portugal nos últimos cinco anos sobre esta temática. Os Colóquios são independentes de quaisquer forças políticas ou institucionais e asseguram essa sua independência através das inscrições dos participantes contando com o apoio, ao nível logístico, da autarquia que fez a sua aposta cultural na divulgação e realização deste importante evento anual.
"O povo de Bragança tem ainda uma curiosidade. Naquele distrito fala-se um português ainda mais vernáculo do que o português corrente. O certo é que em Bragança, fruto do seu isolamento ao longo de 400 anos o IP4 chegou a Bragança há menos de 15 permitiu que falassem um português mais próximo do português correcto do que aquele que se fala nas grandes urbes e que serve normalmente depois para padrão da língua portuguesa falada
A intenção destes colóquios é diferente da maior parte das coisas que se têm praticado. Ao contrário de outros colóquios e conferências tradicionais em que as pessoas se reúnem e no final há uma acta cheia de boas intenções com as conclusões, estes colóquios visam aproveitar a experiência profissional e pessoal de cada um dentro da sua especialidade e dos temas que estão a ser debatidos, para que os restantes oradores possam depois partir para o terreno, para os seus locais de trabalho e utilizarem instrumentos que já deram resultados noutras comunidades."
Estes Colóquios podem ser marginais em relação às grandes directrizes aprovadas nos gabinetes de Lisboa, mas na prática têm servido para inúmeras pessoas aplicarem as experiências doutros colegas à realidade do seu quotidiano de trabalho com resultados surpreendentes e bem acelerados como se acabou de ver na edição de 2005.
Pelo quarto ano consecutivo teremos o apoio inequívoco da Câmara Municipal de Bragança que se prepara para editar em livro as Actas dos três últimos Colóquios.
Pelo quarto ano consecutivo teremos o apoio inequívoco da Câmara Municipal de Bragança que se prepara para editar em livro as Actas dos três últimos Colóquios.
Igualmente se irão manter as actividades paralelas como a Mostra de Artesanato e a Mostra de Livros, quer de artesãos transmontanos quer de artesãos da Galiza, bem como de autores portugueses (e de mirandês) e de autores galegos, o que só vem demonstrar a vitalidade e a cada vez mais lata abrangência destes Colóquios.
Vai igualmente tentar-se organizar uma Exposição de Fotografia/Pintura de artistas galegos lusófonos.
Por outro lado, a componente lúdica destes Colóquios permite, algo que não sucede em eventos deste tipo: a confraternização cordial, aberta, franca e informal entre oradores e presenciais, caracterizada por almoços e jantares de mais de trinta pessoas e um passeio ao Parque Natural de Montesinho, a Rio de Onor e à Cidadela, em que do convívio saíram reforçados os elos entre as pessoas, elos esses que se irão manter a nível pessoal e profissional. As pessoas puderam trocar impressões, falar de projectos, partilhar ideias e metodologias, fazer conhecer as suas vivencias e pontos de vista, alargando esta rede informar que são os Colóquios Anuais da Lusofonia. Este o segredo por trás da recente campanha que salvou o Ciberdúvidas em 2005, conforme foi dito por um responsável do site numa alocução ao público. Os Colóquios da Lusofonia neste momento já movem cerca de duas mil pessoas através da sua rede.
Quanto ao futuro da língua portuguesa no mundo não hesito em afirmar que de momento está salvaguardado através do seu enriquecimento pelas línguas autóctones e pelos crioulos, que têm o português como língua de partida. Enquanto a maior parte das línguas tende a desaparecer visto que não há influências novas, o português revela nalguns locais do mundo uma vitalidade fora do normal. A miscigenação com os crioulos e com os idiomas locais vai permitir o desenvolvimento desses crioulos e a preservação do português. Por isso não devemos ter medo do futuro do português no mundo porque ele vai continuar a ser falado, e a crescer nos restantes países.
Que ninguém se demita da responsabilidade na defesa do idioma independentemente da pátria. Falemos Português independentemente da nossa cidadania.
Hoje como ontem, a língua de todos nós é vítima de banalização e do laxismo. Em Portugal, infelizmente, a população está pouco consciente da importância e do valor do seu património linguístico. Falta-lhe o gosto por bem falar e escrever e demite-se da responsabilidade que lhe cabe na defesa da língua que fala. Temos o que merecemos, porque a sociedade responde com o mediatismo, o espectacular e o medíocre. A nossa conformada indiferença não passa duma conivência. Detestamos em Portugal, o rigor e a exigência para facilitarmos a pressa e a santa ignorância, lemos pouco e mal pois habituamo-nos a alucinar diariamente frente ao pequeno ecrã da televisão do nosso contentamento. Somos culturalmente derrotistas, pessimistas, desorganizados, conservadores, masoquistas e rimo-nos de nós mesmos ao falarmos do país pequeno e atrasado. À falta de ambição, iniciativa e criatividade preferimos o novo-riquismo parolo e deleitamo-nos com um falso jet set que nem é jet nem set.
Nestes colóquios alertámos para a necessidade de sermos competitivos e exigentes, sem esperarmos pelo Estado ou pelo Governo e tomarmos a iniciativa em nossas mãos. Assim como criamos estes Colóquios, também cada um de nós pode criar a sua própria revolução, em casa com os filhos, com os alunos, com os colegas e despertar para a necessidade de manter viva a língua de todos nós. Sob o perigo de soçobrarmos e passarmos a ser ainda mais irrelevantes neste curto percurso terreno.
Urge pois apoiar uma verdadeira formação dos professores da área, zelar pela dignificação da língua portuguesa nos organismos nacionais e nos internacionais dotá-los com um corpo de tradutores e intérpretes profissionalmente eficazes. Jamais podemos esquecer que a língua portuguesa mudou através dos tempos, e vai continuar a mudar. A língua não é um fóssil. Também hoje, a mudança está a acontecer.
Espero que no final deste encontro possam os presentes voltar para os seus locais de residência e de trabalho com soluções e propostas viáveis para aceitar a Lusofonia e todas as suas diversidades culturais sem exclusão das línguas minoritárias que com a nossa podem coabitar.
Chrys Chrystello MA
Pela Comissão Executiva
5º Colóquio Anual da Lusofonia (2-4 Outubro 2006)
Helena & Chrys Chrystello
Telefone: (+351) 296 446940
Telemóvel/Celular: (+ 351) 91 9287816 / (+351) 91 6755675
E-fax (E-mail fax): + (00) 1 630 563 1902
E-mail: ; lusofonia@sapo.pt; drchryschrystello@gmail.com
Website http://LUSOFONIA2006.com.sapo.pt Skype contacte: drchryschrystello
5º Colóquio Anual da Lusofonia (2-4 Outubro 2006)
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Website http://LUSOFONIA2006.com.sapo
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