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Incrementar o uso da Língua Portuguesa

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Localização: Carnaxide, Lisboa, Portugal

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

XII Encontro Internacional do Centro de Estudos Fernando Pessoa

Nos dias 30 e 31 de Maio de 2006, acontece o XII Encontro Cultural dos Países de Língua Portuguesa, promovido pelo Centro de Estudos Fernando Pessoa, em colaboração com a Delegação em Coimbra da Universidade Aberta. Escritores e especialistas de oito países de língua portuguesa foram convidados para estudo e debate sobre A presença da Língua Portuguesa no Mundo; As Literaturas em Português; História e Artes; Diáspora; Estudos Pessoanos e Cultura Regional. Além disso, acontece ainda uma mesa-redonda sobre “Vida e Obra de Fernando Pessoa” com depoimentos de conhecidos estudiosos, que responderão às perguntas dos presentes. Será promovido também exposições de livros, tardes de autógrafos dos escritores participantes, recitais de poesia e projeção de vídeos. O encontro acontece na Delegação da Universidade Aberta : Rua Alexandre Herculano nº. 52 – em Coimbra. Este será o quarto encontro promovido em Portugal, onde já se realizaram em Arganil e Lisboa por duas vezes. No Brasil já foram promovidos oito: em São Paulo, Recife, Fortaleza, Curitiba e Rio de Janeiro, por iniciativa do Centro Fernando Pessoa e sempre com o apoio de Universidades e instituições culturais. O XII Encontro será coordenado pelo Prof. Dr. Dionísio Vila Maior, diretor da Delegação em Coimbra da Universidade Aberta, e no Brasil pelo Prof. João Alves das Neves, Presidente do Centro de Estudos Fernando Pessoa. In : Jornal Mundo Lusíada - - - - - - - Posso acrescentar que, além de Manuela Nogueira e Miguel Rosa, sobrinhos do Poeta, e de João Alves das Neves, Presidente do Centro de Estudos Fernando Pessoa - São Paulo / Brasil, estarão presentes, entre outros : Dionísio Vila Maior - Director da Delegação de Coimbra da U.A. Micla Petrelli - da Universidade Bolonha / Itália Afrânio Duarte - Academia Mineira de Letras, Belo Horizonte / Brasil Vasco dos Santos - Escritor e Advogado O Dr. Vasco dos Santos irá dissertar sobre o tema "João Ramalho, o pai dos Mamelucos", tema que domina em profundidade, sobre o qual escreveu "João Ramalho - Memórias Dum Povoador" e o romance de cunho histórico "O Mameluco", "onde se revive o começo da formação da nacionalidade brasileira, a miscigenação, o homem-novo, as entradas e bandeiras, a nova etnia resultante da mistura e, em última análise, a reflexão para que tende o assombro do mundo moderno, contemplando esta mistura inconteste de raças nos trópicos", tal como é descrito no folheto da CVS EDITORES, editora brasileira a que o autor está ligado. Sobre "O Mameluco", escreveu Aristides Theodoro, seu amigo e companheiro nas artes literárias: """ Mais uma vez, o escritor Vasco dos Santos, estendeu-me os originais do seu novo livro, "O Mameluco", para que eu deitasse-lhe algumas palavrinhas, à guisa de orelhas. O que vou dizer de novo sobre Vasco dos Santos, depois de haver escrito sobre quatro livros de sua autoria? Que Vasco é um escritor profícuo, de estilo personalíssimo, muito apegado à história do português colonizador? Ora pois, pois. Isto todo mundo já anda careca de saber. Então vamos falar sobre o personagem criado por Vasco dos Santos, o Mameluco, também chamado de "novo homem". "Um homem e uma mulher, unem-se para dar uma raça ao mundo". Mais adiante, o novelista, no seu estilo candente, coloca na boca de um dos seus personagens o seguinte: "Bem, se o avô é português e branco, casou com a avó que é índia e filha do Cacique, e logo nascemos mamelucos por causa disso mesmo, haveremos de ter orgulho da tal mistura e procedência". Eis aí, o homem novo, criado pelo português colonizador, uma espécie de sal da nova terra, tão bem adaptado ao meio. Sobre este homem novo, do qual nos fala Vasco dos Santos, vários cientístas, antropólogos, etnólogos e sociólogos já se debruçaram. Uns, como o paulista Eduardo Prado e o fluminense Francisco de Oliveira Viana, contra, atribuindo-lhe todas as desgraças, vícios e males do Brasil; e outros, caso de Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro, debitaram-lhe boa parte do viço e graça destes rincões. Vasco dos Santos se alinha ao lado dos últimos e chega a preconizar bons momentos para esta terra que no passado chamou-se Terra de Vera Cruz, de Santa Cruz e finalmente Brasil, devido a este novo homem, com o sangue vigoroso das três raças borbulhando em todas as longitudes e latitudes deste chão. O historiador gaúcho Luiz António Alves, no seu "A Grande Nação", professorou, num esforço, explicando o povo brasileiro: "Vários autores consagrados como Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre e José Verdasca, trataram do tema relacionado à missigenação, concluindo em suas obras, que a nossa matriz étnica é o resultado da combinação entre portugueses, índios e negros". Este "O Mameluco", de Vasco dos Santos, é um livro que, uma vez lido com atenção, levará o leitor a pensar com seriedade sobre si mesmo e o seu lugar na história dessa grande nação, que ainda estamos a construir. De maneira que, segundo Vasco dos Santos, somos todos mamelucos, ou melhor, missigenados, isso independente da cor da epiderme, em busca de dias melhores para todos, como um só homem novo, numa terra nova. """