A falar (Português) é que a gente se entende...

Incrementar o uso da Língua Portuguesa

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Localização: Carnaxide, Lisboa, Portugal

sexta-feira, setembro 30, 2005

A Cultura Nacional

Um tipo nasce em Portugal. Aparentemente é uma sorte. Portugal não é a Somália, a Serra Leõa ou a Guiné. Não é um desses países onde a maioria da população é paupérrima. Portugal não é, tão-pouco, um país da América Latina. Pertence à Europa e tem o acerto de convir à União Europeia. O clima é bom. As pessoas simpáticas. Come-se bem. As praias são fantásticas. O mar é belíssimo. A paisagem suficientemente variada. Enfim, um tipo tem as condições naturais propícias para dar e fazer o seu melhor por aqui. Em contraponto a toda esta sorte, o português recebe uma carga social embaraçosa. É o desenrasca em detrimento do planeamento. O individualismo em detrimento da produção em grupo. A esperteza saloia em vez do trabalho sério. O fado e a saudade pueris em vez do sentimento gerido e amadurecido. Ou seja, a cultura nacional, como fenómeno colectivo, é uma cultura cuja programação devia ter sido, de há muito, alterada. Formada. Educada. Voltada para os desafios do futuro. A cultura depende da envolvente social que circunda os indivíduos e não dos genes de cada um. A natureza humana, essa sim, é herdada e universal. A personalidade já é específica ao indivíduo, muito embora possa ser herdada e, concomitantemente, apreendida / desenvolvida. Mas a cultura não, a cultura só se aprende. E o português vai aprendendo mal, geração após geração. Uma má cultura traduz-se por maus símbolos, heróis, rituais e valores, muitos deles absolutamente distorcidos. O símbolo do Zé Povinho, por exemplo, desordeiro, rosado e embrutecido, devia ter sido eliminado há muito tempo. É um símbolo tosco, rasca, sem sentido. Deviamos ter vergonha dele e não pendurá-lo por aí, qual ícone nacional. Isto para não falar das cores da bandeira nacional, a fazer lembrar um país africano ou da América Latina, que de facto não somos. O orgulho de nós próprios não implica sujeitarmo-nos, outro exemplo, a uma bandeira de indiscutível mau gosto! Os heróis dos portugueses estão, também, errados. Os miúdos começam logo por ter como heróis os colegas subversivos e mal comportados. Os que estudam e têm boas notas são, desde logo, escarnecidos e afastados dos vários grupos "tribais", como se não fossem esses os modelos melhorzitos que Portugal tem. A polícia é considerada a bófia... E depois há todos os outros "heróis", verdadeiros patifes, a começar pelos usuais dos clubes de futebol e a acabar em políticos repugnantes e corruptíveis. Os rituais continuam, também, demasiado grotescos. Se passarmos pelo interior de Portugal, mas não só, veremos os jogos populares e as festas a incorporarem rituais patéticos e muitas vezes civilizacionalmente retrógrados. Por um lado são aspectos idiossincráticos que marcam quem somos mas, por outro, o relembrar sistemático e aprofundado da história deixa-nos demasiado presos ao passado e a práticas pouco condizentes com a construção do futuro. Os valores, finalmente, também não andam bem. Muito devido ao oportunismo e ao chico-espertismo do povo, leva-se a endeusar, de forma irreflectida, o enriquecimento rápido e fácil, a corrupçãozinha e o logro, a trapaça em cada esquina. Desde o engano propositado ao fazer um troco, ao absentismo por uma putativa doença, vale tudo. E por tudo isto Portugal não pode avançar. A crise hoje não é económica. A crise é absolutamente cultural. - - - - - - - - Por : José Crespo de Carvalho - Professor Catedrático / ISCTE In : Coluna De Trajano - Semanário Económico (30-09-2005)

quarta-feira, setembro 28, 2005

A Língua Portuguesa - por Moacyr Scliar

"Última flor do Lácio, inculta e bela / és a um tempo esplendor e sepultura": nos versos de Olavo Bilac está resumido o dialético destino da língua portuguesa. É uma síntese excessivamente pessimista, esta; o português pode ser qualquer coisa, menos uma sepultura lingüística (talvez por isto Bilac neutralizou antecipadamente o sombrio termo com aquele ufanista "esplendor"). De qualquer forma, reflete uma sensação comum a todos que em português escrevem, a sensação de que estamos numa espécie de cul-de-sac idiomático e o fato de que eu tenha recorrido a um galicismo é, de alguma forma, prova disto: parecemos mais sérios quando falamos em francês, ou em inglês ou em alemão, que, em termos de hegemonia, substituíram o imperial latim, o mesmo latim do qual o português é, ainda segundo Bilac, a última floração. O português não é uma língua franca, náo é um idioma com o qual possamos nos comunicar com facilidade em qualquer parte do mundo. E a pergunta que imediatamente emerge é: por que não? Ou, formulado de outra maneira, o que torna uma língua universal? Trata-se de uma questão que inquieta a humanidade pelo menos desde o episódio bíblico da torre de Babel. Numerosas foram as soluções propostas para superar a diversidade idiomática, para adotar uma língua na qual todos se pudessem entender. O volapük, criado por Johann Martin Schleyer em 1879, e o esperanto, lançado por Lejzer L Zamenhof em 1887, prerendiam dar uma resposta a este desafio mediante a compatibilização de elementos provenientes de várias linguas e a simplificação das regras lingüísticas. Mas não é este tipo de racionalidade que preside às relações entre povos e pessoas em nosso tempo. A penetração de um idioma não depende de sua simplicidade ou de sua lógica interna; depende do país ou dos países, que estão por trás desse idioma. É, enfim, uma questão de poder, como Lewis Carroll sintetizou no famoso diálogo entre Alice e Humpty-Dumpty:
"Quando eu uso uma palavra", disse Humpty-Dumpty num tom meio debochado, "ela significa aquilo que eu quero que signifique - não mais, nem menos."
"A questão é", disse Alice, "se você pode fazer as palavras significarem tantas coisas diferentes."
"A questão é', disse Humpty-Dumpty, "quem manda - isto é tudo."
Neste século o idioma hegemônico tem sido o inglês - falado nos Estados Unidos, o país mais rico e poderoso do mundo. 0 inglês acabou assumindo o papel que Zamenhof pretendia para o esperanto. É, em alguns aspectos, um idioma mais racional - dispensa sinais gráficos, por exemplo -mas não é esta racionalidade que o impõe ao mundo, e sim o poder, poder político, econômico, cultural, norte-americano.Hegemonia, porém, não é destino. 0 idioma representa mais do que uma forma de comunicação extrafronteiras; contém uma carga afetiva que não pode ser avaliada pelo grau de aceitação internacional. Esta é a razão, aliás, pela qual o nosso mundo é cada vez mais multilingüistico; falar vários idiomas já não é motivo de espanto, faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Não é outra, aliás, a experiência que têm os filhos de emigrantes - e a emigração é um fenômeno característico de nossos tempos. Que o idioma nacional tem força prova-o à saciedade o caso brasileiro. Cento e sessenta milhões de pessoas, dispersas por um vasto território, entendem-se perfeitamente, o que não acontece em outros países: na China, os dialetos regionais são extremamente diferentes uns dos outros, e o mesmo acontece na índia. É importante assinalar que, no Brasil, ao idioma dos colonizadores europeus foram se agregando elementos de outras etnias, índios, negros, emigrantes. 0 número de denominações geográficas de origem indígena é muito grande. É uma fraca compensação ao alto preço que os povos indígenas pagaram à colonização, e até envolve algum sentimento de culpa; mas, de qualquer forma, é uma presença - lingüística e também cultural. A miscigenação idiomática não se traduz apenas no acréscimo de novos termos, mas também em novas inflexões; o português falado no Brasil tem um ritmo, uma sonoridade que o tornam diferente do português falado em Portugal. É claro que existem diferenças regionais: sotaque próprio, expressões características. 0 que aparece no trabalho dos escritores: o texto de um escritor gaúcho como Simões Lopes Neto é bem diferente do texto de um Graciliano Ramos, e um livro do primeiro autor, recentemente publicado, teve de vir acompanhado de um glossário explicativo. Mas as peculiaridades regionais não impedem a comunicação; várias delas foram incorporadas ao acervo cultural do país, graças, em grande parte, à música, à televisão e, claro, à literatura: um idioma é basicamente o produto das pessoas que o falam, ao longo de muitas gerações, mas é também o resultado de uma fixação que se faz em grande medida através do texto escrito. 0 linguajar das pessoas condiciona de alguma forma o texto do escritor mas é também por este condicionada. Conclui-se daí que o destino de uma língua não depende do acaso. Se há idiomas que desapareceram, outros, pelo contrário, têm sido preservados e disseminados mediante uma ativa política cultural que privilegie o texto escrito - como é o caso do catalão.A pergunta que se impõe, portanto, é: num mundo cada vez mais globalizado, como preservar, e expandir, os idiomas nacionais em geral e o português em particular? 1) 0 ponto fulcral de ação é a região onde o idioma é falado. 0 objetivo aí é proporcionar às pessoas o domínio da língua que lhes permita não apenas usar esta mesma língua na comunicação, como ainda transformá-la num instrumento de auto-aperfeiçoamento e fonte de prazer estético. Trata-se de um processo educativo, desenvolvido basicamente, mas não exclusivamente, em todos os níveis da rede de ensino. No caso do Brasil, é de destacar o papel fundamental desempenhado pelos professores na introdução dos alunos à literatura de língua portuguesa. Verificou-se, nos últimos anos, uma revolucionária mudança de enfoque, na medida em que trabalhos de autores contemporâneos passaram a integrar o currículo escolar. Do ponto de vista do aprendizado esta nova situação apresenta benefícios evidentes. Em primeiro lugar, os alunos estudam uma literatura que diz respeito mais diretamente à própria realidade em que vivem. Em segundo lugar, descobrem no texto as modificações de linguagem que o tempo foi incorporando ao acervo do idioma. Em terceiro lugar, sentem-se motivados para ir mais adiante e descobrir também os grandes escritores do passado. Finalmente, podem, muitas vezes, discutir com os próprios autores a relação destes com o idioma - uma relação sempre viva e, sobretudo, plena de emoções. 2) Atividade paralela a esta, e igualmente transcendente, é a de normatização e fixação do idioma no país. Numerosas reformas ortográficas foram realizadas no Brasil, nem sempre com resultados positivos. Diz-se que a crase não foi feita para humilhar ninguém, mas isto só em parte é verdade. Os problemas criados por este sinal gráfico ilustram bem as dificuldades encontradas pelo comum das pessoas na incorporação de uma norma culta: as confusões se sucedem e a humilhação resultante colabora para afastar a população do idioma escrito. Quando a foto de uma tabuleta mal redigida é mostrada na mídia o efeito pode ser de esclarecimento, mas pode também ser de intimidação. 0 princípio básico de qualquer reforma ortográfica deveria ser, portanto, o da simplificação e o da democratização: simplificar para que o maior numero possível de cidadãos possa ler e escrever sem problemas ou traumas. A linguagem falada deve comandar o processo, como dizia Saunt-Beuve: "É preciso, dentro do possível, escrever como se fala e não falar como se escreve".A fixação do idioma seria impossível sem o apoio dos dicionaristas. Trata-se, como diz Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, autor do nosso famoso "Aureilão", de um "super-humano esforço". Para ilustrar o seu ponto, ele narra, no prefácio de sua obra, as desventuras pelas quais passaram os três organizadores do Dicionário da Lingua Portuguesa (1793) da Academia de Ciência de Lisboa, "... o qual, sabe-se, parou na letra A, em azurrar, fato glosado pelo sarcasmo de Herculano em uma de suas 'Lendas e Narrativas'. Desses acadêmicos, um, José da Fonseca, morreu, segundo Ramalho Ortigão, 'de lentas e dolorosas enfermidades contraídas nas vigílias da mais opressiva tarefa' e Bartolomeu Inácio Jorge e Agostinho José da Costa Macedo os outros dois ficaram cegos. 0 público, esse lhes deu 'o mais ingrato esquecimento'; e a Academia ofereceu a cada um dos três mártires da lexicografia, - 'como suprema e única remuneração de sua inglória fadiga' - um exemplar do Dicionário." Estas dificuldades não se limitaram a Portugal; a Academia Francesa levou sessenta anos para elaborar o seu dicionário.No Brasil a idéia é mais do que secular. No regimento da Academia Brasileira de Letras, elaborado por Machado de Assis em 1897, estava expresso o propósito de organizar "um vocabulário crítico de brasileirismos introduzidos na lingua portuguesa". Foi então editado um Dicionário de Brasileirismos, com base em levantamento feito por João Ribeiro, Em 1910, sob a presidência de Rui Barbosa, a Academia formulou um objetivo mais ambicioso: tratava-se de elaborar um verdadeiro dicionário brasileiro da lingua portuguesa. Dez anos se passaram e o dicionário não apareceu. A idéia foi retomada em três novos projetos, um de Mário de Alencer, outro de Laudelino Freire o um terceiro de Graça Aranha - este, inspirado pelo movimento modernista, propunha dar ênfase aos "chamados brasileirismos", e, ao contrário, eliminar os "portuguesismos". A proposta gerou polêmica; a Academia nomeou uma comissão para elaborar o dicionário - comissão esta desfeita em 1934, sem concluir o trabalho. Em 1940, Afrânio Peixoto, cansado do que ele chamava "obra de Penélope" (a mulher de Ulisses, que, esperando o aventureiro marido, tecia de dia e desfazia o trabalho à noite), assume a responsabilidade da tarefa, confiando-a a Antenor Nascentes, catedrático do Colégio Pedro II, que, em 1943, entrega à Academia um dicionário com 100 mil verbetes. Além deste dicionário, e do dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, já citado, o Brasil conta com o dicionário Michaelis, o dicionário Koogan-Houaiss (enciclopédico; Antônio Houaiss trabalha em um outro dicionário, muito mais amplo) e outros. 3) Como compatibilizar a grafia do português no mundo lusófono? Esta é outra questão difícil. 0 idioma português, falado por cerca de 219 milhões de pessoas, está difundido por cinco continentes: Europa (Portugal, Açores, Madeira), África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Zanzibar), Ásia (Macau, Goa, Damão, Malaca), Oceania (Timor) e América (Brasil), isto sem falar nas'diásporas' que mantém o idioma - nos Estados Unidos, na França, na Alemanha e em outros países. É dos idiomas mais falados, sendo superado somente pelo chinês e seus dialetos, pelo inglês, pelo russo, pelo árabe, pelo hindi e pelo espanhol. Mesmo idiomas de grande penetração, como o francês e o italiano, são falados por menor número de pessoas.Mas há um problema com a grafia do português. Diferente do inglês que é grafacio praticamente da mesma maneira na Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos, do espanhol, uniformizado nos países hispânicos graças ao trabalho da Academia de Ia Lengua e ao francês, que é o mesmo nos países francófonos, não há homogeneidade entre o português escrito em Portugal, no Brasil, ou nos países africanos lusófonos - tanto isto é verdade que a Organização das Nações Unidas - ONU, prepara documentos com duas grafias, a do português de Portugal e a do português do Brasil; e que, em traduções feitas na França, por exemplo, encontraremos: "Tracluit du Portugais" ou "Traduit du Brésilien".A existência oficial de duas ortografias remonta a 1911. Naquele ano foi feita em Portugal uma grande reforma ortográfica - não adotada no Brasil. Um acordo celebrado em 1931 entre os dois países não foi implementado; o mesmo aconteceu com a chamada Convenção Ortográfica Luso-Brasileira, de 1945, materializada em Portugal mas não no Brasil. Leis ortográficas de 1971 (Brasil) e 1973 (Portugal) reduziram as diferenças, sem, no entanto, eliminá-las. 0 Acordo Ortográfico do Rio de Janeiro (1986) encontrou reação em Portugal e ficou inviabilizado. O Acordo de 1990 teve sua trajetória facilitada pela criação da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Portugal, Brasil, Angola, Guiné-Bissau,Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique). Durante oito anos o tema foi discutido. Em julho deste ano de 1998 o único país que ainda não havia aderido ao Acordo, Cabo Verde, acabou por fazê-lo.As modificações dizem respeito sobretudo ao uso de consoantes mudas ou não articuladas (muito comuns em Portugal: acção, afectivo, direcção, exacto, óptimo), o sistema de acentuação gráfica (o trema desaparece, certos ditongos - como "eia" e de "idéia" - não são mais acentuados) e a hifenação. Os alfabetos dos sete países incorporarão as letras k, y, z, deixando de considerar estrangeirismos as palavras com elas grafadas. Pelo que se depreende, o objetivo geral foi simplificar a grafia. O que é mais do que desejável: complicações na grafia já as temos em demasia.Em termos de grafia há ainda um outro problema: as palavras de origem estrangeira, sobretudo o inglês. Em nosso tempo, este é o idioma da ciência e da tecnologia, como foi o grego em outra época. Com a globalização é inevitável a incorporação de palavras e expressões em inglês, ou em outras línguas. E também é inevitável o aportuguesamento, como aconteceu coma palavra 'futebol', do inglês football. Alguns puristas propuseram o estranho 'ludopédio', baseado em duas palavras latinas que significam 'jogo'e 'pé'. Mas a codificação destes termos ainda está por ser conseguida.Enfim: o acordo ortográfico é um tema não isento de controvérsias até pelo aspecto prático: será preciso reeditar um grande número de obras. Mas não há dúvida de que é preciso continuar pelo caminho da simplificação, da racionalização. O que é uma exigência dos novos tempos. 4) Como disseminar o português em países que não falam o idioma? Esta também é uma questão de difícil resposta - e de interesse imediato, nestes tempos de globalização. Ainda que o português não seja um idioma hegemônico, pelas razões acima citadas, cada vez mais pessoas desejam aprendê-lo. É o caso dos países do Mercosul, cujo intercâmbio comercial com o Brasil é cada vez mais intenso. Por enquanto a necessidade de comunicação tem sido precariamente solucionada pelo 'portunhol', esta curiosa síntese de português e espanhol, muito comum entre os turistas e nas regiões fronteiriças. Mas o 'portunhol' serve mais como uma introdução ao português. O estímulo ao ensino de português em escolas e em universidades é um objetivo a ser perseguido. Nos Estados Unidos, por exemplo, há numerosos departamentos que trabalham com a língua portuguesa e com a cultura e literatura brasileiras. Importante é também mencionar o programa de estimulo às traduções da Biblioteca Nacional, que realiza periodicamente encontros de tradutores. 5) Este último ponto remete a uma outra questão: é a difusão da literatura brasileira em outros países de língua portuguesa, como parte do processo de integração cultural. Nos últimos anos várias foram as reuniões de escritores poetas, críticos e professores de literatura dos países da CPLP. Exemplo recente é o encontro Pontes Lusófonas, reaiizado em Lisboa em julho de 1998 por ocasião da Expo 98, a grande exposição realizada na capital portuguesa, o encontro mostrou, uma vez mais, que os intelectuais dos países da CPLP conhecemse pouco entre si. "Em português nos desconhecemos todos", foi a significativa manchete do jornal lisboeta 0 Público. Em contrapartida, estes países conhecem bem as telenovelas brasileiras, que aliás gozam de grande prestígio e ajudam a difundir expressões brasileiras. É preciso, portanto, que a indústria editorial siga o exemplo das redes de televisão, incrementando o intercâmbio.Outra iniciativa no sentido deste mesmo intercâmbio é o prestigioso Prêmio Camões. Atribuído anualmente por um júri formado de portugueses e brasileiros, a premiação vem distinguindo, desde 1989, ilustres escritores, poetas, ensaístas: Miguel Torga (Portugal), João Cabral de Melo Neto (Brasil), José Craveirinha (Moçambique), Vergílio Ferreira (Portugal), Rachel de Queiróz (Brasil), Jorge Amado (Brasil), José Saramago (Portugal), Eduardo Lourenço (Portugal), Artur Carlos M. Pestana dos Santos, Pepetela (Angola), Antônio Cândido (Brasil). A divulgação do resultado, sempre com grande cobertura de imprensa, ajuda enormemente a difundir escritores nos vários países. Para terminar: ainda estamos em busca de nosso idioma, ainda estamos tentando descobrir como disseminá-lo na população e no exterior. Neste final de milênio, esta é uma busca urgente. Porque quando falamos em idioma, estamos falando em populações, estamos falando em identidades, estamos falando em auto-afirmação. E isto não pode ser adiado.
- - - - - - In Ministério Da Cultura - Brasil

Prémio Nobel Da Paz No Colóquio Da Lusofonia

Estão a ser ultimadas todas as diligências para levar a Bragança ao 4º Colóquio Anual da Lusofonia o Prémio Nobel da Paz, Bispo Resignatário de Dili, D. Carlos Filipe XIMENES BELO no dia 4 de Outubro. A relevância da presença deste membro do clero é por demais conhecida pois foi graças à acção da Igreja Católica que a língua portuguesa se manteve em Timor, apesar das proibições indonésias ao longo dos 25 anos de jugo indonésio. D. XIMENES BELO será convidado especial deste Colóquio e desloca-se propositadamente para poder tomar parte no evento.
Pela Comissão Executiva 4º Colóquio Anual da Lusofonia (3-4 Outubro 2005) Helena & Chrys Chrystello Telefone: (+351) 296 446940 Telemóvel/Celular: (+ 351) 91 9287816 / (+351) 91 6755675 E-fax (E-mail fax): + (00) 1 630 563 1902 E-mail:lusofonia@sapo.pt ; drchryschrystello@gmail.com Website http://LUSOFONIA2005.com.sapo.pt No Skype contacte: drchryschrystello

segunda-feira, setembro 26, 2005

Guiné-Bissau quer apoio do Brasil para alfabetizar jovens e adultos

13/09/2005 8h16

O ministro da Educação, Fernando Haddad, recebe nesta quarta-feira, 14, às 9h30, o diplomata Carlos Moura, representante do Brasil na Comissão de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Guiné-Bissau. Na agenda, eles vão discutir possibilidades de cooperação do Brasil nas áreas de alfabetização de jovens e adultos, formação de professores e promoção dos direitos humanos. De acordo com Carlos Moura, o índice de analfabetismo em Guiné-Bissau é elevado e a experiência do Programa Brasil Alfabetizado pode ajudar na superação desse problema. A formação de professores em exercício, por meio do Proformação, e os programas da TV Escola são outros recursos em que o diplomata vai solicitar a cooperação do MEC. O analfabetismo entre as mulheres de Guiné-Bissau é de 75,4% e entre os homens de 44,5%. Já a expectativa de vida ao nascer é de 46 anos para os homens e 47 anos para as mulheres. Um dos oito países da CPLP, Guiné-Bissau situa-se na costa ocidental da África e tem hoje 1,4 milhão de habitantes. Sua economia baseia-se na agricultura, que responde por 87% da atividade e pela pesca. Há três meses no país, Carlos Moura tem entre suas responsabilidades ajudar na consolidação da democracia e promover o desenvolvimento social, político e econômico. Guiné-Bissau promoveu há poucos meses eleições diretas, e a posse do presidente da República será em 1º de outubro. Integram a CPLP Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste.
Repórter: Ionice Lorenzoni In Ministério Da Educação - Brasil

quinta-feira, setembro 22, 2005

Ensino Do Português No Estrangeiro Sem Destacamentos

O secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, anunciou, ontem, em Lisboa, o fim do destacamento de professores de Português no estrangeiro a partir do ano lectivo de 2006/07. "Em 2006, há um novo concurso de professores de Português no estrangeiro, com novas regras", disse Jorge Pedreira no final de uma reunião com a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), na qual debateram o ensino do Português no estrangeiro. De acordo com o secretário de Estado, actualmente Portugal está a destacar professores para leccionarem Português no estrangeiro, mas no futuro "a situação normal será a via da contratação". "Cerca de 60% dos professores de Português no estrangeiro são destacados, o que representa um encargo muito grande para Portugal, que não se justifica", acrescentou. Além do salário correspondente à sua categoria, os professores contratados têm direito a um suplemento de residência. A partir do próximo ano lectivo, os 300 professores actualmente destacados vão ser muito menos, indicou o governante, garantindo que existe "muita gente disponível e qualificada para desempenhar essas funções em regime de contratação". In «Jornal de Notícias», 22.09.2005

quinta-feira, setembro 15, 2005

Lançado o primeiro número da revista «Lusografias»

Lisboa - O Instituto Piaget procedeu recentemente ao lançamento do primeiro número da «Lusografias», uma revista sobre a cultura e literatura dos países de língua portuguesa. Esta publicação é «um projecto editorial que pretende criar um espaço onde coexistam a partilha de saberes e experiências com a divulgação de projectos oriundos dos países que falam e escrevem o português», divulga comunicado enviado. Na génese da «Lusografias» está a aspiração de divulgar as culturas dos países de língua portuguesa onde o Instituto Piaget marca presença: para além de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Brasil e Moçambique. Sob a direcção de José Gomes Silvestre e edição de Jorge Augusto Maximino e Luís Carlos Patraquim, este projecto conta com um painel de colaboradores de renome, tais como o sociólogo Boaventura Sousa Santos, o escritor moçambicano Mia Couto, ou o poeta brasileiro Alexei Bueno, entre outros, espalhados pela lusofonia. Com saída trimestral, este primeiro número, com uma tiragem de três mil exemplares e disponível nas livrarias por um preço de capa de 7 euros (assinatura de 18 euros), aborda a problemática da língua portuguesa e da poesia entre os países que a falam e escrevem. As informações relativas à publicação podem ser pedidas através do «email» piaget.editora@mail.telepac.pt ou pelo telefone 218 316 500 (Lisboa).

Festival Musidanças 2005

Lisboa, 14 Setembro de 2005 Exmos Senhores, Vimos por este meio enviar a nota de imprensa do Festival Musidanças 2005, festival das comunidades lusófonas, que irá decorrer entre os dias 16 e 29 Setembro no Santiago Alquimista em Lisboa. Para mais informações queiram por favor contactar a produção. Cumprimentos Firmino Pascoal Zoo Musica produções * Rua de Santiago 19 1100-493 Lisboa * T. 918898677/ 919337275 * silvia@santiagoalquimista.com * www.musidancas.web.pt Bilhetes já à venda 10€ (cada dia) e 60€ (passe global) no local do espectáculo e nas Fnacs. Descontos 20%: estudantes; grupos + 10 pax, etc. Abertura de portas: 17h00 Info line e reservas até 48h antes do espectáculo: 218820259 O objectivo geral do Musidanças é, acima de tudo, dar a conhecer ao público em geral as características culturais de cada um dos países envolvidos no projecto, contando, para tal, com a presença de artistas de grande renome, quer na área da música, quer do teatro ou mesmo com artesãos trabalhando in loco no espaço Santiago Alquimista. Contamos com os melhores artistas lusófonos que no mesmo espaço vão apresentar os seus trabalhos. Cada dia, um país da comunidade lusófona. Ainda há os dias das lusofonias onde se fundem artistas de vários países. Para o programa total consulte www.musidancas.web.pt Nós prometemos muita animação! Apoios: Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Loures, Metropolitano de Lisboa, LCC Transenvio, Acime, Turismo de Lisboa, Fnacs, Ifict, Fundação Oriente, Casa de Goa, RDP Africa, entre tantos outros.

sábado, setembro 10, 2005

Consultório do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa reabre dia 19

O consultório do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, que encerrou há mais de um mês por falta de apoio financeiro, vai reabrir dia 19 de Setembro na sequência de um acordo com a Fundação Vodafone e os CTT. José Mário Costa, responsável pelo Ciberdúvidas em conjunto com a Sociedade de Língua Portuguesa, revelou hoje que as duas empresas se disponibilizaram para partilhar as despesas de funcionamento, que rondam os cinco mil euros mensais. Com este apoio "será possível voltar a ter uma rede de colaboradores para responder às perguntas apresentadas" via Internet no consultório, que recebe semanalmente cerca de 500 novas dúvidas. Ao fim de oito anos e meio de existência, o sítio acumulou um arquivo de 16 mil respostas a dúvidas sobre ortografia, sintaxe e pronúncia da língua portuguesa. Fundado por José Mário Costa e pelo jornalista João Carreira Bom, o Ciberdúvidas é visitado diariamente por três mil a cinco mil pessoas, na sua maioria estudantes e professores, mas também jornalistas, médicos e advogados. Os visitantes do sítio são portugueses residentes em Portugal, mas também das diversas comunidades espalhadas pelo mundo, do Brasil e dos países africanos de expressão portuguesa. Depois da morte de Carreira Bom, em 2002, o sítio chegou a estar totalmente encerrado durante um ano por falta de financiamento, pois o jornalista foi sempre o mecenas do projecto. Mais tarde reabriu com a ajuda de fundos europeus, através do Programa Operacional para a Sociedade de Informação (POSI) e do Ministério da Cultura, que entretanto terminaram. José Mário Costa tentou, sem sucesso, obter apoios de entidades públicas e privadas, o que levou ao encerramento do consultório, mas um acordo alcançado com a Fundação Vodafone e com os CTT logrou a manutenção deste serviço, que o responsável define como "um serviço público gratuito a qualquer visitante". O responsável acrescentou ainda que o Ciberdúvidas vai também estabelecer uma parceria de colaboração com a Porto Editora com o objectivo de "partilhar sinergias técnicas e conteúdos temáticos". Esta parceria poderá vir a desenvolver o sítio e colocar o arquivo existente noutros suportes, designadamente em livro e CDRom. Apesar de manifestar grande satisfação pelo protocolo alcançado, José Mário Costa afirmou à Lusa que vai continuar a pedir o apoio do Estado para o Ciberdúvidas, "nem que seja apenas simbólico". O protocolo com a Fundação Vodafone e com os CTT será assinado na próxima semana.
- - - - - - Notícia Lusa retirada de : Público OnLine

quinta-feira, setembro 08, 2005

A Câmara Municipal De Bragança Apoia O 4º.Colóquio Internacional Da Lusofonia ( 3-4 Outubro 2005 )

Após o sucesso das anteriores edições, a Câmara Municipal de Bragança, decidiu manter a sua aposta cultural no apoio à realização deste importante evento anual. Uma das razões preponderantes para organizarmos aqui - em pleno coração do Nordeste e da Terra Fria - um Colóquio Anual Internacional da Lusofonia assenta no facto de a maior parte destes acontecimentos estar centralizada nas grandes urbes sem permitir que as regiões mais desertificadas e afastadas dos centros de poder, tenham ao seu alcance debates sobre a Língua e Cultura Portuguesas, suas diversidades, e de propostas inovadoras de ensino. Para este ano, o 4º Colóquio (e o 3º a ser apoiado pela CMB) subordinado ao título DOS CONTADORES DE HISTÓRIA À LITERATURA CONTEMPORÂNEA, irá ter como tema central o problema da Língua Portuguesa em Timor-leste: como se impõe uma língua oficial que não é falada pela maior parte dos habitantes, análise da situação, desenvolvimentos nos últimos cinco anos, projectos e perspectivas presentes e futuras. Ainda em debate estarão os problemas da Tradução como forma de perpetuar e manter a criatividade da Língua Portuguesa nos quatro cantos do mundo. Igualmente se irão manter as actividades paralelas como a Mostra de Artesanato e de Livros, a que se acrescentarão uma Exposição de Fotografia sobre ROSTOS DA LUSOFONIA, o que só vem demonstrar a vitalidade e a cada vez mais lata abrangência destes Colóquios. O português faz parte da história timorense. Não a considerar uma língua oficial colocaria em risco a sua identidade, defende o linguista australiano Geoffrey Hull no seu recente livro Timor-Leste. Identidade, língua e política educacional. A língua portuguesa "tem-se mostrado capaz de se harmonizar com as línguas indígenas" e é tanto mais plausível porque "o contacto com Portugal renovou e consolidou a cultura timorense e quando Timor-Leste emergiu da fase colonial "não foi necessário procurar uma identidade nacional, o país era único do ponto de vista linguístico. O português não é um idioma demasiado difícil para os timorenses pois estes já possuem um relativo conhecimento passivo do português, devido ao facto de que já falam o Tetum-Díli", afirma Hull. "A juventude deve fazer um esforço colectivo para aprender ou reaprender" a língua portuguesa. Um vasto painel de peritos nesta área debaterá este tema, pois são as comunidades culturais, históricas e linguísticas lusófonas os agentes fundamentais de mudança. Este evento vem decerto colocar Bragança na cimeira das cidades dedicadas à preservação e discussão da língua que é falada em todos os continentes por cerca de 200 milhões de pessoas. Contamos consigo para divulgar e associar-se a este evento da vida cultural de Bragança Pela Comissão Executiva 4º Colóquio Anual da Lusofonia (3-4 Outubro 2005) Helena & Chrys Chrystello Telefone: (+351) 296 446940 Telemóvel/Celular: (+ 351) 91 9287816 / (+351) 91 6755675 E-fax (E-mail fax): + (00) 1 630 563 1902 E-mail: drchryschrystello@sapo.pt; lusofonia@sapo.pt Website http://LUSOFONIA2005.com.sapo.pt No Skype contacte: drchryschrystello

sábado, setembro 03, 2005

O CIBERDÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA ESTÁ EM RISCO DE FECHAR

To: governo português petição pelo CIBERDÚVIDAS POUCAS SERÃO AS PESSOAS LIGADAS À DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA QUE NÃO CONHECEM E APRECIAM O CIBERDÚVIDAS.

O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa está em risco de encerrar por falta de apoios. Um projecto desta natureza e amplitude (com a notoriedade que atingiu em Portugal, no Brasil e demais países lusófonos), é um verdadeiro serviço público em prol da Língua Portuguesa, como não outro no espaço da lusofonia. E, sendo serviço público, o Estado (especialmente o português) tem o dever de apoiar quem, na sociedade civil, faz o que o Estado deveria fazer. E se há apoios (e muito bem) a quem faz serviço público noutras áreas (como a televisão, o teatro ou o cinema), por que razão não apoiar quem promove, divulga e prestigia a Língua Portuguesa? Se o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa passasse a prestar um serviço pago, seria a descaracterização de um projecto por natureza universal e gratuito. Pretende-se (ainda) lutar para este serviço continuar a ser o que é. Um instrumento de esclarecimento e preservação da Língua Portuguesa. Várias iniciativas demonstram que o Ciberdúvidas não vive da subsidiodependência. A sua equipa editorial é responsável pelo único programa sobre a língua portuguesa na rádio portuguesa (na Antena 2), prepara um outro para a RTP 1 e faz trabalhos de outra ordem para suportar este sítio na Internet. Mas para continuar a ser este serviço, universal e gratuito, o Estado não pode (melhor: não deve) eximir-se às suas responsabilidades...mínimas. Veja-se o caso de Espanha que acaba de constituir uma Fundação para a Preservação do Espanhol (Fudéu), com apoios públicos e privados. É necessário promover um abaixo-assinado e remetê-lo para os Ministérios da Cultura e dos Negócios Estrangeiros, com cartas para os jornais... Se está connosco (e a sua participação e interesse nos Colóquios da Lusofonia assim o demonstram) sugerimos que apoie o Ciberdúvidas enviando abaixo-assinados aos Ministérios da Cultura e dos Negócios Estrangeiros, cartas para os jornais, etc. Sabemos que dá trabalho mas é o mínimo que cada um pode fazer. Coloque abaixo o seu nome, e endereço e envie-o para os seguintes endereços electrónicos:
Primeiro-Ministro : ddamiao@pm.gov.pt Ministério da Cultura: infocultura@min-cultura.pt Minist. dos N. Estrangeiros: cjacinto@mne.gov.pt, mariamonteiro@mne.gov.pt Secretaria de Estado das Comunidades: eduardos@mne.gov.pt Instituto Camões: deplp@instituto-camoes.pt Obrigado pelo vosso apoio CHRYS CHRYSTELLO (MA) An Australian Translator in Portugal Phone: (+351) 296 446940 Mobile: (+351) 919287816 Fax: (00)1 630 563 1902 E-mail: drchryschrystello@gmail.com Web homepages: http://oz.com.sapo.pt Call drchryschrystello at Skype Sincerely, Consulte o Ciberdúvidas Link para assinar a Petição pelo Ciberdúvidas